NO MEU VIOLÃO: A HISTÓRIA DA MÚSICA

No final dos anos 80, eu era uma garota recém-chegada do interior, com o violão debaixo do braço, muitas ideias na cabeça – coordenadas ou não – e uma coragem além da conta da bagagem: morria de medo de atravessar as ruas de São Paulo, mas tinha a cara de pau de subir nos palcos dos bares do Bixiga, para fazer backing vocal na banda de rock progressivo Filhos do Sol (com quase nadica de prática). Eu queria cantar, que me dessem licença…

Eu amava o U2 e o Caetano Veloso; e, também, o meu violão e o meu namorado paulista, que me ensinava sobre Walter Franco e as cantorias de Elomar e seus parceiros…

Entre idas e vindas no namoro e nas minhas ideias descoordenadas do que queria da vida, eu chorava e compunha.

E foi num desses choros ao som de cordas que eu compus a música NO MEU VIOLÃO: sozinha, no meu apartamento alugado com mais três amigas caipiras – a tal “república”, lá estava eu com meus 20 e tantos anos imaginando ter a idade que tenho hoje e cantando saudosismo. O que eu tinha na cabeça, afinal?!

Não sei ao certo, mas na gaveta eu tinha esta música… até ontem…

Agora, eu devo que dizer à garota de 20 e tantos anos que fui: querida, meu namorado não foi para New York, você bem sabe! Mas eu ainda amo o Caetano e o U2 (sempre!). E se me perguntar sobre a frase “seus discos emprestados contestam mentiras”, você também sabe: é por paradoxos como este que tanto amamos viver! Saudades, garota! Mande notícias pro mundo do passado. Nós vemos por aí… Beijos!

Fui, claro, cantar…

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